Do Cachoeiro F.C. ao C.R.
Flamengo
O
filho do "Seu" Pires e "Dona" Lídia, o cachoeirense,
José Jorge Fabiano, o popular Tinteiro, nasceu no dia 25
de setembro de 1948. Criado no bairro Arariguaba,
vizinho do seu clube do coração até hoje - apenas o muro
separa o estádio Moreira Rebello da sua residência -
começou ainda menino a jogar nas divisões de base do
Cachoeiro, tendo jogado na categoria infantil e juvenil,
se destacando sempre pela técnica, vitalidade e
disciplina. Era chamado por todos carinhosamente pelo
apelido de Pelézinho. Lembra com muita saudade daquela
época e cita os nomes de José Marangoni, José de
Alencar, Onofre Nascimento e Ademir Alves, como grandes
incentivadores e fundamentais na sua formação esportiva
e os considera grandes pessoas. Em 1966, aos dezoito
anos, na administração do Presidente Edlo Mendes Baião e
por seu intermédio, se transferiu para o Flamengo,
ingressando na categoria juvenil. Lá chegando ganhou o
apelido de Tinteiro, dado pelo zagueiro central, Sapatão.
Atuou também na categoria de aspirantes, a chamada
categoria intermediária, chegando a excursionar pelo
Japão. Daí para o time profissional foi um pulo, atuou
como profissional durante três temporadas, duas como
titular, 1970 e 1971 e uma como reserva, 1969, de um dos
maiores laterais esquerdos da história do Flamengo e do
próprio futebol brasileiro em todos os tempos - Paulo
Henrique. Tinteiro foi titular do Flamengo exatamente
quando Paulo Henrique foi emprestado ao Botafogo. Com o
retorno de Paulo Henrique, a pedido do então técnico, o
paraguaio, Fleitas Solich, perdeu a condição de titular
e por falta de orientação foi perdendo espaço em
conseqüência da sua impetuosidade. Tem grandes
recordações e reconhece o valor e expressa a grande
admiração que nutre pelo ex-companheiro de posição. O
único gol que marcou como titular foi contra a
Portuguesa de Desportos, no Maracanã, pelo Campeonato
Brasileiro, possibilitando a vitória do Flamengo, por 1
a 0. Em 1972, sem chances e desanimado, obteve o passe
livre. No mesmo ano surgiu o interesse e uma proposta
oportuna do Tiradentes, do Piauí, através do seu
Presidente, o Coronel Canuto Picaldas. Vendeu o seu
passe e com o dinheiro apurado, pôde proporcionar com
muito orgulho aos seus humildes, dignos e queridos pais
e irmãos, melhores condições de vida. Em 1974, se
transferiu para o C.R.B. de Alagoas. Depois atuou em
diversos clubes brasileiros, como: Confiança de Sergipe,
Leônico de Simões Filho, Bahia, Treze e Campinense, da
Paraíba, Ferroviária de Araraquara, São Paulo, quando
foi levado por Vail Mota e treinado pelo famoso Aymoré
Moreira. Em 1980, retornou ao Espírito Santo, devido ao
estado de saúde bastante delicado da sua querida mãe.
Atuou pelo Estrela do Norte, de Cachoeiro de Itapemirim
e Colatina, de Colatina. Em 1985, foi jogar no Nacional
de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, clube da segunda
divisão do futebol fluminense. Em 1987, assinou seu
último contrato como jogador de futebol profissional,
defendendo as cores do Grêmio Santo Agostinho, da sua
querida terra natal. Tinteiro lembra que trabalhou e
adquiriu experiência com grandes técnicos, como por
exemplo: Elba de Pádua Lima, o Tim, Yustrich, Aureliano
Beltrão, Fleitas Solich, Aymoré Moreira, entre outros.
Teve no futebol como ídolos, em primeiro lugar, o " Rei
Pelé " , em segundo, " o anjo das pernas tortas ",
Garrincha, e para completar " o galinho de Quintino ",
Zico, o maior ídolo da história do Flamengo, a quem tece
comentários elogiosos quanto a sua conduta como atleta e
homem, em virtude do convívio profissional e do
relacionamento estreito que mantiveram ao longo do
tempo. Em 1970, foi um dos destaques da Revista Placar,
que na época o considerava como uma das maiores
promessas do futebol brasileiro. Foi também muito
elogiado pelo comentarista esportivo, João Saldanha, da
Rádio Globo e pelo jornalista Teixeira Heizer, do Jornal
dos Sports. Tinteiro teve como companheiros no Flamengo,
entre outros, Garrinha, Doval, Zico, Fio Maravilha, o
paraguaio Reyes, Rodrigues Neto, Roberto Miranda,
Murilo, Zanata e Liminha.Um dos momentos mais marcantes
da sua carreira, foi em 1969, com o Maracanã recebendo
um público pagante estupendo, quando jogou contra o
Santos e o " Rei " tentava chegar ao seu milésimo gol. A
satisfação foi imensa, ter jogado contra o maior ídolo e
ter ajudado a evitar o milésimo gol. Depois que encerrou
a carreira, chegou a trabalhar no Flamengo. Hoje,
Tinteiro está vinculado a Prefeitura Municipal de
Cachoeiro de Itapemirim, especificamente na Secretaria
da Criança, do Adolescente e da Juventude, onde é um dos
professores da escolinha de futebol. Com muita
tranquilidade e dedicação, transmite as crianças
carentes os ensinamentos que a vida e o futebol lhe
proporcionaram e com sabedoria os preserva. E ele sempre
diz...! Foi tudo ótimo.
Títulos e conquistas:
. Campeão Infantil pelo
Cachoeiro F.C.
. Campeão Juvenil pelo C.R.
Flamengo
. Campeão Taça Guanabara
pelo C.R. Flamengo
. Vice-Campeão baiano pelo
Leônico |